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Harpia no PE do Turvo, março de 2015. Foto: DAM. |
*por: Dante Meller.
Vários são os aspectos que fazem da harpia uma das águias mais emblemáticas para os amantes da ornitologia. Além do enorme tamanho e da incomparável imponência, sua raridade é um dos atributos de destaque. Atualmente, a espécie já desapareceu de grande parte das florestas tropicais onde antes reinava absoluta no dossel florestal.
No Rio Grande do Sul, apesar de ter sido considerada extinta por longo período, a harpia recentemente decidiu se revelar...
A verdade é que hoje em dia para se ver uma harpia o melhor é ir para a Amazônia mesmo. Na Mata Atlântica, infelizmente, sobraram pouquíssimas, com a maior parte dos registros provenientes do Espírito Santo e Bahia. Ao sul, ela tem sido encontrada mais frequentemente em Misiones (Argentina).
No Rio Grande do Sul chegou a ser considerada extinta por muito tempo, já que não haviam mais registros após a década de 40. Apesar disso, suspeitas e registros não confirmados para o Parque Estadual do Turvo traziam esperanças de que ainda estivesse presente.
No Rio Grande do Sul chegou a ser considerada extinta por muito tempo, já que não haviam mais registros após a década de 40. Apesar disso, suspeitas e registros não confirmados para o Parque Estadual do Turvo traziam esperanças de que ainda estivesse presente.
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Harpia abatida na localidade de Desimigrados, em Derrubadas, no entorno do PE do Turvo, nos anos 70. Foto generosamente cedida por Aldori Biguelini. Fonte: Meller e Guadagnin 2016. |
Além de um registro antigo (foto acima), existem três observações atuais, sendo duas delas documentadas. Uma delas foi feita peloo guarda-parque argentino V. Matuchaka, que visualizou uma harpia pousada à beira do Salto do Yucumã, no lado brasileiro do rio, em 2011. Mais recentemente, dois registros documentados definitivamente comprovaram a presença da águia no território gaúcho, ambos feitos ao longo da estrada que leva ao Salto do Yucumã, um em 2015 e outro em 2016.
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Registro de harpia no PE do Turvo, em junho de 2016, na companhia de Ataiz C. de Siqueira. Foto: DAM. |
Apesar da continuidade de matas entre o PE do Turvo e as florestas de Misiones, que é o que provavelmente assegura a ocorrência da águia no lado gaúcho, o Turvo oferece boas condições para a harpia, com árvores emergentes em bons números e presas em quantia. As maiores ameaças certamente provêm do isolamento em relação às florestas de Misiones, em vista do alagamento projetado pela construção da UHE Panambi, em Alecrim. Também a caça e a perseguição a predadores oferecem riscos à harpia, o que pode ser prevenido através de programas de educação no entorno do parque.
Quer saber mais sobre a redescoberta da harpia no Rio Grande do Sul?
Acesse a publicação científica:
Excelente notícia!
ResponderExcluirÉ inacreditável como ainda existam "pessoas" que caçam esses e outros animais pelo simples prazer de se mostrar!
Não é mais glorioso e gratificante se ao invés de caçar, reflorestar e quem sabe trazer os bichos de volta para que possamos observá-los em seu habitat?
Muito interessante. Sabe dizer qual é a ecologia fenótipa dela neste bioma?
ResponderExcluirPelos idos de 87 ou 88 fotografei uma Harpia no Turvo, na beira da estrada para o Salto. Quem identificou ela foi o Prof Bruno Irgang, com o binóculo. Infelizmente esse original, em slide, se perdeu.
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