Coruja-do-mato (Strix virgata). |
*por: Willian Menq.
Os poucos estudos existentes sugerem que há uma forte relação entre a distribuição das corujas com as características estruturais da vegetação. Em áreas florestais por exemplo, a altura e a quantidade de árvores, presença de troncos caídos ou em pé, arbustos ou cipós, promovem diferentes micro habitats para forrageio e são imprescindíveis para a escolha de locais para nidificação.
Os poucos estudos existentes sugerem que há uma forte relação entre a distribuição das corujas com as características estruturais da vegetação. Em áreas florestais por exemplo, a altura e a quantidade de árvores, presença de troncos caídos ou em pé, arbustos ou cipós, promovem diferentes micro habitats para forrageio e são imprescindíveis para a escolha de locais para nidificação.
Desenvolvi o estudo na Reserva Biológica das Perobas, fragmento de floresta estacional semidecidual de quase nove mil hectares. Através de pontos de escuta no interior da mata, registrei 56 indivíduos de seis espécies de corujas. Também demarquei parcelas em cada uma das áreas de amostragem, para amostrar os diferentes componentes da vegetação (altura e perímetro das árvores, nº de árvores, ausência/presença de clareiras, trepadeiras, arbustos e serapilheiras, presença de troncos e árvores caídas).
Como resultado, notei que a altura do dossel, a presença de árvores ocas ou caídas e clareiras, são os componentes estruturais mais influentes na distribuição de corujas da reserva. A coruja-do-mato (Strix virgata) e a caburé (Glaucidium brasilianum) são mais frequentes nas áreas com maior presença de troncos mortos em pé. Alguns autores sugerem que a presença de troncos em pé é um fator essencial na escolha de locais para nidificação (Thorstrom 2001).
Espécie de maior porte (Strix virgata e Pulsatrix koeniswaldiana) são mais abundantes nas áreas com dossel mais alto (acima de 15 m), enquanto as corujas de menor porte (G. brasilianum, Megascops atricapilla e Megascops choliba) se distribuem de forma homogênea na floresta. Áreas com dossel mais alto refletem uma floresta madura, com maior abundância de árvores grandes, ocos e cavidades com maior abertura. Essas características estão associadas a uma maior variedade de pequenos mamíferos e aves, que são os principais itens alimentares das corujas maiores.
O artigo completo sobre o trabalho pode ser acessado no link abaixo:
Menq, W; Anjos, L. (2015) Habitat selection by owls in a seasonal semi-deciduous forest in southern Brazil. Brazilian Journal of Biology, 175.4: 143-149
Muito bom!
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